É preciso força e coragem sem esquecer da Paz

       Tenho estado bem preocupado com os dias que vivemos, buscando preservar amizades que estão "convencidas" que a mudança e a preservação da moral e a família se dará pelo voto no "capitão” por outro lado, vejo que a omissão nestes tempos cinzentos podem me livrar de alguns problemas de insatisfação por conta do meu posicionamento, mas minha consciência não  cansa de me lembrar da minha responsabilidade perante minha família, meus amigos e até meu País... Estamos vendo a iminente vitória de uma farsa, acompanhado por uma horda de vendilhões entreguistas e saudosos dos anos de chumbo da ditadura chegarem aos postos mais altos da nação com a benção de um povo marcado pelo sofrimento e anestesiado pela internet, pelo medo  e pela mídia, um povo dividido, cansado e sem força para conseguir enxergar além dos limites de suas retinas...muitas vezes com preguiça de pensar e também vaidoso o suficiente para não reconhecer que estão atirando no escuro, com pesar estamos a poucos dias de pelo voto democrático, institucionalizarmos o fascismo e a hipocrisia em nosso País, no momento que escrevo, recebo consternado a foto da igreja de São Pedro da Serra pichada com uma suástica, algo para mim,simbolicamente assustador.

      Com todas as manifestações de violência que estamos assistindo, vejo que a questão dessa eleição já está acima de visão política, direita, esquerda, centro, tanto faz, o que está em jogo é a democracia, é a liberdade,pois de alguma forma conseguiram mexer no emocional de grande parte da população vendendo uma imagem de salvadores da pátria, arrebanhando inclusive líderes que são referências e formadores de opinião para muitos, desestabilizando famílias com discurso de defesa das próprias famílias, usando a rigidez com a capa de ordem, marginalizando os que tem um pensamento libertador e progressista de respeito as diferenças, rotulando de comunista quem clama por um país com menos desigualdade social que é a mãe da violência hoje instalada em nossa pobre nação.

      Tenho lido muito, refletido e conversado muito nestes dias chuvosos, vejo que até a natureza está mostrando o que devemos fazer ou não fazer, venho me sentindo de certa forma impotente diante da situação em como fazer algo se tenho tantos "amigos" que estão "convictos" de sua decisão e já não estão querendo uma conversa franca, pois os argumentos simplórios e superficiais do seu candidato não duram comigo mais do que cinco minutos, por isso sinto que estão mantendo uma distância de segurança até o desfecho dessa eleição. Tenho medo de me afastar de pessoas queridas, mas estou vendo que tenho mais medo de me afastar de mim mesmo... tenho lembrado de Hanna Arendt e a banalidade do mal, pois em seu discurso o mal se instala onde encontra vazio de pensamento e espaço nas instituições para isso.

            Com perplexidade observamos que a perseguição as minorias, o racismo, a misoginia e a violência são mais debatidos do que um provável plano de governo, o futuro do nosso país nas mãos de homens com as cabeças vazias e os corações armados; não, definitivamente não posso fechar os olhos diante disso, o choro preso e o gosto amargo que desce no esôfago me fazem sofrer e me questiono se calar realmente é o correto a fazer.

Desde antes do golpe travestido de impeachment que as instituições estão sendo cada vez mais desrespeitadas,a cada dia pessoas ocupando o lugar de autoridade sem nenhuma condição moral para isso, conduzindo o nosso país para um beco cada vez mais sem saída, principalmente com a provável eleição de Bolsonaro que no meu exame disso tudo só consigo  denomina-lo como o "filho bastardo do golpe", pois a direita gerou o golpe com a mídia para voltarem ao poder nessas eleições e colocar o pobre no devido lugar(para eles), porém o tiro saiu pela culatra,pois não contavam com o surgimento desse personagem tosco que há anos está no centro de poder vociferando suas barbaridades,não fazendo nada de produtivo para a nação e vivendo junto com sua família as custas do povo e hoje por incrível que pareça encontrou lugar no coração de muitos como uma onda avassaladora e ainda trazendo junto com ele a eleição de pessoas no âmbito federal e estadual que serão representantes do povo, sim do povo, eu, você, meus filhos, nossos filhos, figuras como Alexandre Frota, Joice Hasselman, Eduardo Bolsonaro ,pastores, sargentos, capitães, delegados como os deputados federais mais votados do país, além de Janaína Paschoal em São Paulo e no Rio, os dois candidatos a deputado estadual que rasgaram a placa feita em homenagem a Marielle Franco, sendo um deles o deputado estadual mais votado do estado, além de ter levado ao segundo turno seu candidato  para governador ,sem falar no senado federal que agora tem um Bolsonaro por lá também, além de indignar, chega a assustar.

 Tempos sombrios que exigem de nós uma reflexão e uma ação no sentido de posicionamento diante da vida e da sociedade e também no sentido de evolução interna, capacidade de tolerância para com nossos irmãos que hoje estão irredutíveis numa decisão que é sujeito colocar todos nós brasileiros numa situação não favorável enquanto sociedade e mesmo assim precisaremos exercitar ou fazer nascer dentro de nós amor ao próximo para estarmos com a mão estendida quando precisarem de nós.

Sigamos buscando um caminho de resistência sem abandonar nossa busca pela Paz, bom saber que não estamos sozinho nessa caminhada, que possamos estar juntos, nos dando força e coragem para sermos firmes, sem perder a ternura.

O País que eu não quero!