terça-feira, 12 de março de 2019

O Brasil não é de mentira!



https://www.brasil247.com/pt/247/brasilia/386470/Presidente-fake-de-cada-dez-falas-de-Bolsonaro-seis-s%C3%A3o-mentirosas.htm



     Muito além do despreparo, da incompetência e da visão rasa de mundo e do ser humano, o que mais me assusta é o caráter deste cidadão e a sua falta de um compromisso com a verdade, é doloroso e vergonhoso ter uma pessoa dessa na presidência do país implantando uma ideologia mentirosa e hipócrita e um mau exemplo que influencia milhões de pessoas que ainda o defendem, sinceramente não sei como ainda não conseguiram ver a tamanha ilusão que foi a sua  eleição a presidência do nosso país, a cada dia vemos trapalhadas, declarações agressivas contra a imprensa e a quem mais não concordar com esse pensamento embrutecido,preconceituoso e elitista.
   Jair Bolsonaro insiste em criar confusão,em propagar mentiras e bradar nas redes sociais para conservar sua base de "admiradores" no grito e lançar cortina de fumaça para confundir a população para que realmente não percebam quem realmente ele é e as intenções de quem está com ele, os devaneios de seus filhos, mimados,além do provável envolvimento com milicianos do Rio de Janeiro e não tratar do que realmente importa para o nosso país, o presidente continua insistindo nuna pauta de costumes querendo impor um novo "pensar" a boa parte da sociedade que não quer e não precisa adquirir este tipo de pensamento para suas vidas e demonstra a cada dia sua incompetência em governar um país tão necessitado de uma boa condução,tenho me lembrado muito do tão real  romance  "1984" de George Orwell onde o governo tenta controlar não apenas as falas e ações, mas também os pensamentos de seus cidadãos, rotulando os pensamentos desaprovados pelo termo "crime de pensamento", no livro de Orwell,a tecnologia das "teletelas" ( tvs)fazia o patrulhamento que hoje é feito com muito mais profundidade e alcance  através das redes sociais.
   Hoje estamos presenciando atônitos, uma onda de um conservadorismo barato, hipócrita e forçado que de alguma forma dialoga com anseios de muitas pessoas que acreditaram nessa proposta que venceu a eleição e que, compreendo que vêem a necessidade de uma real educação na sociedade,porém não é pela força que se constrói a moral, a construção de valores e da moral se dá no âmbito de uma sociedade mais consciente e educada, os valores familiares com certeza precisam ser sempre cultivados e incentivados desde a infância, principalmente através do bom exemplo,porém não será pela imposição de um governo ditador e arbitrário, principalmente quando o chefe do executivo é um grande mal exemplo de vida e de conduta, exigindo das pessoas o que não fez e não faz. Essa construção deve ser realizada pela família que tenha condição de proporcionar segurança,amor e afeto as crianças e também pela escola que possa auxiliar aos pais e responsáveis neste trabalho,porém para chegar nesta condição é preciso um caminho pela frente,escolas estruturadas que possam proporcionar mais do que o básico para seus alunos e  professores e demais profissionais da educação bem remunerados, motivados e principalmente respeitados em seus lugares.
     É inconcebível ter um presidente da república mentiroso,propagador de ódio, agressivo e autoritário,antes e durante a campanha eleitoral,por muitas vezes a população foi avisada por diversas pessoas relevantes na sociedade brasileira dos perigos de se eleger esse cidadão,além de todo o seu "curriculum" de deputado incompetente,admirador de torturadores e perseguidor de minorais, o seu alinhamento a politicas neoliberais e os grupos econômicos que estão com ele são nocivos a sociedade brasileira,pois nosso país precisa de um Estado que proporcione um mínimo de bem estar social a população, isso é mais do que uma constatação,pois não podemos jamais esquecer da abissal desigualdade social que deixa milhares de pessoas a margem de uma vida digna e que infelizmente dá as condições para cada vez mais crianças e jovens sem oportunidades adentrarem o caminho do crime, na maioria das vezes por não encontrar muitas vezes outro caminho a seguir e isso é outro ponto de atenção,pois essa campanha foi também baseada numa guerra a criminalidade de uma forma ainda mais violenta e que já está se traduzindo em mais mortes e é de conhecimento da sociedade que a educação é o caminho para um país com mais paz.
    A cada dia , a cada nova notícia deste (des)governo eu sinto mais por essa "escolha", a desinformação, a preguiça de pensar , o desespero,as mentiras e o ódio fabricado contra o PT foram os grande combustíveis deste catastrófico resultado colocando o país nas mãos de pessoas despreparadas e mau intencionadas, com um presidente claramente desequilibrado e irresponsável no trato com a coisa pública e com o lugar que ocupa, não é possível aceitar que o que chamam hoje de "pós verdade" seja instituída em nosso país, onde os fatos objetivos, ou seja, a verdade, tem menos importância que os apelos as emoções e às crenças pessoais e foi assim que este senhor e muitos deputados federais , estaduais e alguns governadores foram eleitos em 2018 , jogando com as emoções e o medo dos eleitores carentes de politicas públicas e decepcionados com a classe política e assim  conseguiram se eleger e  dividiram o Brasil e hoje, já com a eleição terminada, ainda estão com este mesmo discurso,dizendo governar junto com os chamados "cidadãos de bem".
Eu fico me perguntando: O que é ser cidadão de bem para estas pessoas...Fica o exame.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Do Alto da minha laje... (relembrando)




Nestes tempos esquisitos , resolvi postar novamente esta história ...

Resultado de imagem para rocinha

Tinha só sete anos e já conseguia entender um bocado de coisas dessa vida. Naquela sua realidade de menino nascido e criado na favela, desde cedo conhecia seu inimigo, chegava a se arrepiar quando via aquele carro azul e branco e já corria pra contar pro seu amiguinho mais velho que soltava fogos quando a policia chegava, aos poucos ele foi entendendo por que aqueles fogos não eram motivos de festa nem comemoração, principalmente quando o carro azul levou seu irmão mais velho, de quinze anos, lembra até hoje de sua mãe chorando, implorando pro homem de farda não levar seu menino.
 Jonatas era seu nome, sua mãe achava bonito, dizia que ele tinha nome de gente importante e um dia ele seria importante, teria dinheiro, do alto da rocinha mostrava o luxuoso prédio no bairro de São Conrado, que dizia que seu filho iria morar. O menino sempre subia na laje e olhava para aquele prédio.··.
O tempo foi passando e Jonatas crescendo, começou a andar para mais longe sozinho, começou a ir até o prédio, um dia ficou olhando lá pra dentro, segurando nas grades do portão. Estava lá se imaginando do lado de dentro, andando de elevador, correndo naquele gramado, pensava que seria bom jogar bola ali, mas não via nenhuma criança fazendo isso, pensava que eles não deveriam gostar de futebol, foi interrompido do seu sonho com o barulho do portão automático se abrindo, levou um susto e ficou olhando, vinha uma senhora bonita com calça e camisa branca e um menino aparentando a sua idade com um carrinho de controle remoto na mão, ele achou aquele carrinho lindo, já tinha visto no comercial da televisão e sua mãe disse que era muito caro, que dava para comprar comida pra quase um mês com o dinheiro necessário. Ele pensou e se lamentou naquele momento e disse baixinho:

-"Que pena que temos que comer!”.

Quando a moça bonita vestida de branco viu sua presença no portão, seu semblante mudou, deu uma meia parada e segurou mais forte a mão do menino; olhou para trás e chamou o porteiro, que entendeu logo a situação e veio resolver, ou seja, tirar o menino de perto, para que eles pudessem passar com tranquilidade. Jonatas percebeu a situação e, moleque esperto que era, antes mesmo do porteiro vir falar com ele, já saiu, mas saiu dali triste, se perguntando porque as pessoas que moravam no prédio tinham medo dele, será que era porque ele era negro? Porque era pobre? Porque morava no morro? Saiu dali cheio de perguntas sem respostas para aquela cabecinha tão jovem, ainda teve que passar pelos “inimigos” que faziam uma blitz na subida do morro, ainda bem que dessa vez, nem viram ele passar.
Chegou a casa com a imagem do menino na cabeça, pensava que podia brincar com ele, podia brincar com seu carrinho e ele podia ensinar o menino a soltar pipa, jogar futebol,se questionava porque tinham que ser inimigos... O menino ia pensando nas coisas que o pessoal da assistência social falava, há pouco tempo um grupo de jovens ligados a uma instituição religiosa começou a fazer um trabalho com as crianças da comunidade, mas logo tiveram que parar, pois o pessoal do “movimento” não estava gostando das ideias que os jovens estavam tendo, mas uma coisa ele não esqueceu, uma vez, numa conversa, ele ouviu que para Deus todos são iguais e isso ficava sempre martelando seus pensamentos, ele queria acreditar naquela frase, mas não conseguia.
Naquela sua vida de privações e decepções, questionava se Deus realmente existia, principalmente nos dias de tiroteio em que ficava com medo embaixo da cama, agarrado a sua mãe e sua irmã, pensava em ir logo embora dali, crescer logo para morar no bonito prédio branco de São Conrado, mas por que demorava tanto? Pensava...Sonhava...chorava... Naquele dia o tiroteio estava demorando demais, a cada estampido, ele soluçava com medo, pois lembrava do amiguinho que tinha morrido com uma bala perdida, tinha medo de morrer, queria viver, sentir a vida, gostava de jogar bola, de correr, de soltar pipa na laje e olhar para o mar, ver seu prédio branco de frente para praia com gramado na frente...
Mas todos aqueles sonhos foram interrompidos quando o traficante arrombou a porta do barraco, ao fugir do cerco da policia,a casa de Jonatas foi a primeira que ele viu e entrou, neste momento Jonatas começou a gritar de medo e os policiais que perseguiam o criminoso ouviram e cercaram o bandido junto com a família de Jonatas, infelizmente a polícia do Rio de Janeiro atira primeiro e pergunta depois... Horas depois o carro do IML chegava à favela para recolher o corpo do traficante e do pequeno menino, que virou escudo da covardia e do contraste social de um Estado em guerra civil. Naquela manhã não houve passeata pelos direitos humanos, a polícia comemorava que conseguira abater o chefe do tráfico, mas e o menino? Agora ele era só o menino que morreu na troca de tiros, mais um para entrar nas estatísticas da violência e do medo. Na capa do jornal sanguinário, uma foto da favela com o carro da polícia na frente e a manchete com a seguinte frase: “Polícia pacificadora contém tráfico na favela”...
O prédio branco em frente à praia continuou lá, abrigando atrás de suas grades quem pode pagar para ter um pouco de segurança e conforto. O menino do carrinho de controle remoto ainda não jogava bola no gramado, talvez fosse proibido pisar na grama... Seu futuro ilustre morador, o menino Jonatas que ia estudar para ser importante e ter dinheiro para morar lá, já não ia mais chegar, também já não olhava para o prédio do alto de sua laje, não olhava mais, não chorava mais, não sonhava mais.


terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Começando o ano com desabafo e perseverança!







Depois de um tempo sem postar,sem escrever,digerindo toda esta situação, no dia 02 de janeiro, ao voltar a civilização após passar a virada para 2019 em um retiro, me deparei com algumas notícias e algumas conversas me fizeram escrever um poeminha sem fidelidade a nenhuma métrica, na verdade, foi mais um desabafo...

Feliz 2019 com resistência e fé!


Meu irmão
Não tá mole não...
Nem bem começou o ano já tem manchete de montão
Tem jornalista charlatão batendo continência pra capitão

Resultado de imagem para bonner continência

No novo Brasil valentão
Igualdade perdeu razão
Na terra do verde e  amarelo quem pensa no outro é vermelho
Só digo que não se esqueçam
Se "ver melhor" com o coração.

Resistir tá na cabeça
Peço a Deus a paciência,
Gentileza e coragem
Pra seguir amando aqueles que pensam que estão com a verdade
A verdade não tem dono
A verdade é o amor
O amor é acolhida
O amor é a esperança
Com amor e fé em Deus
Vou buscando a bondade
Lapidando a pedra bruta
Pra ter mais fraternidade

Meu país é tão bonito
Meu país é mais que isso
Campos verdes, flores, matas,
Cachoeiras ,belas praias
Prédio alto,casa no mato
Tem metrô e camelô
Agricultura e poesia
Hipocrisia é fantasia
Quero mais é alegria
Bater papo com amigo
Dividir o pão de cada dia
Ver crescer meu sentimento
Só riqueza sem avareza
O Pai nosso nos deu tudo
Somos o pulmão do mundo
Alimentos com fartura
Muita soja,muita fruta
Exportamos para China
Mas não podemos esquecer o pobre da esquina
Não devemos ser mesquinhos e nem pobres de espírito
O Brasil é um gigante
 Não tem lado nem partido
Nem milico, nem civil vai dividir nosso Brasil!