Nestes tempos tão difíceis em nosso país, a
menos de 50 dias das eleições mais importantes da República, uma parcela da
nossa sociedade assiste com perplexidade todas as tramoias que o atual governo
vem fazendo em busca de sua reeleição, após de mais de três anos de um governo
perverso em que milhares de pessoas perderam a vida na pandemia pelo atraso na
compra das vacinas, milhões passam fome atualmente e outros tantos milhões veem
a cada dia o seu poder de compra se esvair por conta de uma inflação galopante,
o atual ocupante do Planalto joga sujo para se manter no poder.
Não é possível que as pessoas não percebam o legado trágico que Jair Bolsonaro vai deixar para o país após armar milhares de pessoas despreparadas através de seus decretos pró armamento que já deixam um rastro de sangue e violência pelo Brasil, sem falar na omissão diante da pandemia, da pobreza crescente, do desmonte da cultura, da educação, do aparelhamento e desmoralização das instituições e de uma economia liberal num país tão desigual que privilegia a quem já é privilegiado e engana quem realmente necessita.
Não podemos nos acostumar com o atitudes bizarras e muito menos banalizar o mal, já passou da hora da sociedade civil brasileira, consciente de seu lugar e de sua responsabilidade com o presente e com o futuro da nação, de seus filhos e seus netos, dar um basta nesta situação e encerrar pela legitimidade das urnas esta trágica experiência de eleger um irresponsável agitador fascista ao cargo mais importante da República.
O povo brasileiro em geral precisa é de panela cheia, oportunidades e paz, nossa nação precisa se reorganizar para voltar a crescer em diversos aspectos com harmonia, cada um com sua crença e todos se respeitando, não misturando política com religião, sabendo que cada coisa deve estar no seu lugar e que o nosso país de hoje é fruto de uma história sofrida e de uma grande mistura étnica e cultural que é o que faz essa nação tão diversificada. Ademais, é sempre importante enfatizar que Constituição Federal, no artigo 5º, estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias, ou seja, a autoridade que estimula qualquer tipo de “guerra religiosa” ou incentivam a divisão de uma nação por conta de sua crença, está sendo mais uma vez irresponsável e violando nossa lei maior, a constituição.
Importante
registrar que este texto é escrito por um cristão que busca ser um praticante
de seus ensinamentos, com muitas falhas e diversas correções a serem feitas,
mas que busca ser digno de honrar o seu nome. Porém o Jesus que eu acredito e
procuro seguir, não marcha, mas sim caminha junto com aqueles que o aceitam
verdadeiramente em seus corações e passam a tê-lo presente em suas vidas
através de suas ações e palavras, o Jesus que busco seguir, não anda armado e
não persegue o diferente e sim recebe a todos com o amparo de Pai, o Jesus que
busco seguir, não divide um povo, mas compartilha o amor, transmite a paz e espalha
a harmonia.
Não
podemos nunca esquecer que os portugueses, cristãos, quando aqui chegaram,
encontraram diversos povos originários que eles chamaram simploriamente de "índios", que já tinham sua comunhão com o sagrado
e viviam em harmonia sem ainda terem ouvido falar o nome de Jesus, nesta terra onde
alguns podem chamar também de "Terra dos mil povos", colonizadores
europeus impuseram seus costumes, suas línguas e também sua religião, que nesta
época, vivia uma crise com o advento da reforma protestante.
É preciso sempre lembrar também, que os "cristãos" que aqui chegaram,
realizaram a maior transferência forçada de pessoas de um continente para outro
em busca de escravizar seres humanos em troca de trabalhos forçados, e dinheiro com o lucro do tráfico de seres humanos e ainda para justificar suas ações,
diziam que eles não teriam "alma” e por isso poderiam ser violentados
daquela forma. Neste contexto, estamos falando de diversas sociedades
africanas que tinham seus costumes, seus idiomas, suas culturas e religiosidade
que trouxeram junto com eles nos terríveis navios negreiros, dando sua grande
contribuição para a formação da nossa cultura tão plural.
Portanto, refletindo minimamente a respeito da história do
Brasil, de sua formação enquanto sociedade e do nosso cenário atual, torna-se
inadmissível o tipo de manifestação de autoridades do governo e da “primeira
dama” atual que está sendo utilizada de forma direcionada para acessar a
parcela feminina e evangélica da população onde seu marido não tem aprovação
que lhe garanta tantos votos quanto precisa para melhorar nas pesquisas que diz não acreditar, é importante alertar as pessoas que estão
envolvidas nestas instituições para que cada vez mais examinem suas consciências
e realmente observem se os praticados de seus líderes e se suas referências
políticas estão de acordo com os princípios do evangelho, do amor ao próximo,
do perdão, da compreensão ou se estão apenas se servindo da boa-fé de seus fiéis
em prol de seus interesses de dinheiro e de poder, é preciso que as pessoas
façam um exame bem aprimorado de onde estão e como essas instituições se
originaram, para quê e como elas se sustentam hoje em dia, é necessário fazer
um trabalho criterioso de questionamento e observação de seus dirigentes e suas
práticas no dia a dia, longe dos púlpitos e dos microfones para se certificarem
se realmente eles estão vivenciando Deus, pátria e família como gostam de repetir.